segunda-feira, 21 de junho de 2010

A escravidão hoje

O tráfico de pessoa é uma das atividades criminosas mais lucrativas do mundo
O escravo no século 21 pode ser o rosto de uma jovem ucraniana se prostituindo em Sarajevo. Ou de um adolescente guatemalteco cuidando do gado no Texas. De uma criança fazendo farinha em Mato Grosso. Em comum, todos têm sua liberdade restringida e são subjugados por uma dívida que não conseguem quitar. Trabalham sem receber e sem conseguir voltar para seu local de origem. O tráfico de pessoas movimenta mais de 30 bilhões de dólares por ano. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 43% das vítimas sejam usadas para fins sexuais e 32% para exploração do trabalho. No primeiro caso, estão mulheres e crianças seqüestradas ou vendidas a bordéis em todo o mundo – inclusive no Brasil. No segundo, aparecem os imigrantes latinos enganados por empreiteiros mexicanos ou norte-americanos, que os fazem contrair dívidas em troca de um suposto trabalho garantido na América do Norte. Ou os indianos e bengalis que moram em verdadeiros fornos em Dubai, construindo palácios de vidro, isolados por empregadores que retêm seu passaporte. Há também casos de pessoas usadas para retiradas de órgão. O combate ao tráfico de pessoas une governos e organizações internacionais, mas a finalidade atual de viagens e de comunicação torna o trabalho dos traficantes mais fácil e lucrativo – seu combate, mais difícil.

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